Tashi Rabten - Mosteiro Budista

A história do “Letzehof”, próximo a Frastanz

De casa da fazenda à centro espiritual

Extraído de “Once upon a time in Frastanz”, de Oskar Wiederin

A história desses solo vasto remonta ao longínquo passado. Originalmente, a área completa do bosque pertencia, assim como o restante da floresta, à municipalidade de Nenzing, que em 1366 foi transferiu toda a floresta aos Cavaleiros de São João de Jerusalém, em Feldkirch.

No final do século XVIII, após a dissolução da ordem, conduzida pelo Imperador José IIº, o estado tomou posse do local. Em 1807, seu sucessor legal temporário, o governo real da Bavária, vendeu aproximadamente oito acres à Johann Zimmermann, o proprietário de um moinho de óleo em Feldkirch, que usava metade da terra para cultivo, mantendo a outra metade intacta. Zimmermann não apenas construiu Letzehof, como também criou uma grande plantação de frutas, composta por muitas centenas de árvores.

Após sua morte, a propriedade, que foi leiloada, parou nas mãos de Christian Getzner, um fabricante têxtil, cujo interesse primário era usá-la em seus trabalhos nas vicinidades de Felsenau, o que envolvia o tingimento com vermelho de alizarina. Ele ficou tão impressionado com a beleza da localidade, que em 1845, lá recebeu um membro da corte imperial, o Arqueduque Johann, que fazia uma longa jornada, entre a visita à duas fábricas. Acompanhado por sua família e comitiva da nobreza, o arquiduque percorreu a pé todo o caminho até Letzehof, onde honrosamente aceitou um copo de leite.

A visita do arquiduque em Letze está registrada em seu diário: “Por entre as travessas do vizinhança intricada, adentramos a rua Veneza. Então, seguindo à esquerda, subimos à altitude de Letze, a propriedade do industrial Getzner, onde fomos esplendidamente recebidos, à moda antiga e amigável, com refrescos. Olhamos a propriedade e então adentramos a floresta, numa bela trilha, que descia até a fábrica na rua de Bludenz. Ali, descansamos até o momento de partir para Frastanz”.

Em 1848, o filho do fazendeiro e dono da fábrica (Christian Getzner) morreu sem deixar descendentes. Para seu sobrinho e herdeiro, Josef Getzner, a residência campestre de Letzehof era pouco conveniente. Por esta razão, ele construiu, do lado oposto da rua, uma casa de campo que ainda hoje pode ser visitada. Esta casa colonial contém uma capela licenciada para celebrações da missa. Na Segunda Guerra Mundial, o altar da capela privada foi transferido à Stella Matutina. Depois disso, por meio de negociações conduzidas por um dos irmãos leigos, foi transferido à capela em Motten, onde se encontra atualmente. Josef Getzner e sua família permaneceram na propriedade e, com outras aquisições, ampliaram seu espaço consideravelmente.

A propriedade permaneceu sob posse da família Getzner, que administrou a fazenda até a virada do século XIX. Depois disso, a fazenda e o uso do solo foram cedidos a diversos fazendeiros, que viveram no edifício em Letzehof até 1960. Letzehof, ou “Getznerhof” (como era também chamado àquela época) seria posteriormente transferida por herança à Helmut Gassner, um bisneto Getzner e parente dos donos das fábricas. Ele ofereceu a propriedade aos monges refugiados do Tibet como seu novo lar. Desde então, a comunidade de monges budistas está instalada em Letzehof, enriquecendo a vida religiosa da comunidade com uma faceta especial, oferecendo também palestras para o intenso treino da mente.

© 25.03.24 Rabten Choeling • EditorialData protection